Resenha: Loucos por Livros

" É isso que estou procurando toda vez que leio direto o final de um livro, buscando compulsivamente uma prova de que, em uma vida onde tantas coisas saíram errado, também pode haver beleza. Que sempre há esperança, não importa o que aconteça." 

Nora Stephens, uma agente literária dedicada, nunca se vê como uma heroína de histórias. Sua vida gira em torno do trabalho e de sua irmã mais nova, Libby. Quando Libby a convence a passar o verão em Sunshine Falls, Carolina do Norte, ela espera que a viagem ajude Nora a transformar sua vida e ser a protagonista de sua própria história. No entanto, em vez de uma experiência tranquila, Nora reencontra Charlie Lastra, um editor mal-humorado de Nova York. Embora ambos não se encaixem nos papéis típicos de herói e heroína, as coincidências os aproximam, forçando-os a repensar as narrativas que criaram sobre si mesmos.

O tema principal deste livro de Emily Henry é bastante distinto de outros que já li. A história se concentra, em grande parte, na jornada de autoconhecimento da protagonista, Nora, ocupando cerca de 80% do enredo. Acompanhamos como ela enfrenta o luto pela perda da mãe e como esse processo foi vivido de maneiras diferentes por ela e sua irmã.

O impacto é profundo tanto para o leitor quanto para Nora, especialmente quando as memórias são vistas pela perspectiva de Libby. Observamos como essa vivência influenciou o afastamento entre as irmãs, revelando dois lados opostos da mesma infância.

Os 20% de romance presentes no livro são maravilhosos, muito gostosinho de ler, é divertido, emocionante e recheado de frases românticas que aquecem qualquer coração.

A personagem principal, descrita como uma versão de Miranda Priestly de “O Diabo Veste Prada”, é a clássica mulher poderosa e fria, sempre vestida com grifes e salto alto, que vive para o trabalho. No entanto, essa imagem implacável é apenas uma armadura construída a partir de tudo o que ela já enfrentou.
As responsabilidades da vida a forçaram a amadurecer cedo, e algumas desilusões amorosas, junto com uma sequência de desencontros, a fizeram acreditar que seu coração era apenas mais um na imensa cidade, que diariamente destrói sonhos e esperanças.

Libby é o típico exemplo de irmã mais nova. Com um espírito aventureiro, simpática e extrovertida, ela rapidamente conquista o coração da pequena cidade,
que a acolhe como a família que sempre sonhou ter. Acho que o desenvolvimento dos personagens secundários da cidade, assim como o marido e as filhas de Libby, foi muito bem feito. É como se realmente conhecêssemos cada personagem, seus objetivos e sonhos.

Consciente de todo o cuidado que recebeu de sua irmã e dos sacrifícios que Nora fez para garantir a sobrevivência de ambas, Libby se esforça para que Nora consiga viver tudo o que abriu mão enquanto era mais jovem e de mostrar a irmã que ela é merecedora do mundo.

O editor mais detestado pela nossa agente acaba se tornando seu maior aliado, mostrando a Nora que o presente deve ser aproveitado sem que as memórias a perturbem. Ele é generoso, atencioso e a apoia a viver o romance que sempre desejou, respeitando seu jeito de amar e viver.

O livro tem uma abordagem bastante descritiva, e no início achei o desenvolvimento um pouco lento, já que se concentra muito no luto que a protagonista nunca superou. No entanto, quando percebi que essa era justamente a intenção da obra, tudo fez mais sentido, especialmente quando você revive junto com os personagens diversas lembranças que as levaram ao contexto atual.

A escrita da autora se conecta bem com diferentes gerações, e o uso de referências a filmes, livros e músicas dos anos 2000 torna impossível não se sentir imerso na narrativa. A estrutura é muito eficaz, prendendo o leitor do começo ao fim.

A historia cumpre o que ele propõe mas de um jeito diferente do que eu esperava. Ele entretém bastante e faz com que o leitor fique totalmente envolvido, se indentificando com a protagonista em algum aspecto, seja no trabalho, nas relações familiares ou na parte romântica.

Eu me prendi muito a história e aos personagens, o que me fez prolongar a leitura para não ter que me despedir tão rápido deles, ele também me fez refletir sobre o conceito de trabalho e o que significa ter um lar, sobre como nos sentimos ao que consideramos um porto seguro, seja uma pessoa, um parque, um filme ou um livro, não necessariamente uma casa física.

Recomendo este livro mil vezes para aqueles que precisam desacelerar um pouco na vida, e para quem busca mais do que apenas um romance. É uma leitura que leva à reflexão sobre quem você realmente é e o que deseja tirar desta vida.

" — E agora que você está aqui... eu não sei. Tenho a sensação de estar bem. Então, se você é o "tipo errado de mulher", eu sou o tipo errado de homem."

  • Livro: Loucos por Livros.

    Autora: Emily Henry

    Gênero: Romance contemporâneo

    Páginas: 434

    Nota: 4,0 ☆

Boa leitura,

Ceci Moya

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