Resenha: A Rainha do Nada

"Por você, estou eternamente perdido." 
Pag 212

Em A Rainha do Nada, último livro da trilogia O Povo do Ar, Jude Duarte se vê longe do poder e do reino que aprendeu a chamar de lar. Enquanto tenta se adaptar ao mundo mortal, uma oportunidade inesperada surge, levando-a de volta a Elfhame. Envolvida em novos desafios, Jude precisa enfrentar seus maiores medos e provar, mais uma vez, sua força em um jogo perigoso onde cada escolha pode mudar o destino do reino.

Logo no começo do livro, já encontramos Jude lidando com os problemas deixados pelo final de O Rei Perverso. Agora, longe de Elfhame e tentando se encaixar no mundo mortal, ela se sente frustrada e acaba trabalhando como caçadora de recompensas. Nesse trabalho, cruza o caminho de Grima Mog, uma ex-general da Corte dos Dentes, muito temida no reino das fadas, mas que agora também está no exílio. As duas se enfrentam em um duelo, e Jude sai vitoriosa. O que ela não imagina é que esse encontro resultaria em uma das alianças mais importantes que ela já fez.

Quando volta para o apartamento onde mora com Vivi e Oak, Jude se depara com Taryn. As irmãs praticamente não se falam desde o primeiro livro, já que a confiança entre elas foi destruída por várias traições, incluindo uma que ajudou a exilar Jude e quase tirou Cardan do poder. Mesmo assim, Taryn pede sua ajuda para lidar com uma situação chocante. Foi um dos momentos que mais me surpreendeu na história, mas senti que algumas pontas ficaram soltas e que o motivo dessa reviravolta poderia ter sido mais bem explicado. Como Jude quer desesperadamente voltar para Elfhame e recuperar seu lugar, ela aceita trocar de lugar com a irmã. A partir daí, muita coisa acontece.

Gosto muito da forma como a Holly Black mantém sua escrita envolvente. É fácil acompanhar a história, e ela sempre explica bem os acontecimentos. Nessa última parte da trilogia, senti que os personagens amadureceram bastante e que a autora explorou novas camadas deles. Sozinha, Jude arma seu plano para salvar a pele da irmã e, ao mesmo tempo, acabar com seu próprio exílio. Ela continua com a mesma força e determinação de antes, mas agora tem mais experiência e confiança. Durante sua jornada, é pegal acompanhar o processo e onde ela percebe que não precisa lutar sozinha e que governar não significa apenas dominar, mas também unir as pessoas.

Após ser levada por Madoc em uma teia de mentiras, jude entende que não pode vencer sozinha. Com isso, se apoia em antigos e novos aliados, incluindo o próprio Cardan. Desde o início da trilogia, Cardan era visto como alguém impulsivo e indiferente, mas neste livro ele prova que amadureceu e que aprendeu muito com Jude. Ele a reconhece imediatamente, mesmo quando ela ainda está fingindo ser Taryn, o que mostra que, por trás de todo o jogo de poder, sempre existiu uma conexão entre eles. Ele nunca deixou de admirar Jude, e ao longo do livro fica claro que, apesar das brigas e rivalidades, ele sempre esteve ao lado dela. Quando Jude cai nas mãos de Madoc, Cardan faz de tudo para resgatá-la, mostrando o quanto se importa. O relacionamento deles foi crescendo aos poucos, baseado na convivência e na admiração mútua.

Madoc, por outro lado, parece mais fraco e cansado neste volume. Mesmo obcecado pelo poder, ele aceita sua derrota sem tanta resistência. Achei esse momento um dos pontos altos do livro, mas senti que sua mudança foi muito repentina. Não houve tempo para o leitor processar essa transformação, então pareceu um pouco forçado, como se esse fosse o único final possível para ele, apenas para preservar Oak e Oriana.

Já Taryn teve um desenvolvimento que me deixou satisfeita. Nunca fui muito fã dela, sempre achei suas atitudes impulsivas e egoístas. Ela sempre escolheu a sobrevivência ao invés do confronto, o que a tornava facilmente manipulável. Por isso, acaba sendo levada por um caminho que, talvez, nem ela mesma escolheria. Mas quando finalmente se livra de Locke, percebe o que aconteceu e, pensando também no futuro do filho que está esperando, começa a agir de forma mais consciente. No final, gostei que ela encontrou alguém que estava em busca da vida que ela tambem sempre sonhou e qie agora poderia proporcionar isso a ela e ao bebe, e tambem que conseguiu se reconciliar com Jude, voltando a ter a relação que tinham no início.

Para quem gosta de fantasia, recomendo muito esse livro. Apesar de achar que o final foi um pouco apressado e que o romance que era presente no livro em 5% foi para 60%, não fez muito sentido pra mim, achei um pouco forçado talvez pra deixar o final feliz e o relaçao do casal mais forte, ainda assim gostei da forma como a história foi desenvolvida. O livro foge do convencional, me deixou alerta o tempo todo e conseguiu me prender até o fim.

O desfecho segue o estilo clássico da fantasia: temos transformação, sofrimento, revelações, surpresas, alianças inesperadas e batalhas intensas. No final, Jude e Cardan continuam no poder, agora com a aprovação do povo de Elfhame e das cortes, levando paz ao reino das fadas. Onde devem permanecer no trono até as futuras gerações ou até que Oak esteja pronto para assumir seu lugar.

Livro: A Rainha do Nada;

Autora: Holly Black;

Gênero: Fantasia;

Páginas: 328;

Nota: 4,5☆

Deixei aqui uma playlist pra quem gosta de acompanhar a leitura com uma música de fundo. Essa é maravilhosa pra livros de fantasia!

Boa leitura,

Ceci Moya

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