Resenha: Métrica

Eu não sabia que era possível odiar um livro da Colleen Hoover.

Layken perde seu pai aos 18 anos de forma repentina, o que afeta toda a família. Após o ocorrido, ela, seu irmão e a mãe mudam de cidade para reduzir despesas e simplificar suas vidas.

Na nova cidade, Layken encontra alguém com quem compartilha momentos e quebrando a casca que havia criado: Will, seu vizinho, que assim como ela, enfrentou perdas irreparáveis. Os dois se conectam rapidamente. Durante o ano seguinte, muitos segredos são revelados e verdades trazidas à tona, o que pode mudar suas vidas ainda mais e até mesmo separá-los.

Colleen Hoover era minha autora favorita, mas aqui foi onde começou minha decepção. Claro, entendo que a autora evoluiu. Logo, “Métrica” é um dos primeiros livros dela, mas mesmo não achando justo comparar obras, não consigo acreditar que a mesma pessoa que produziu “Verity” também desenvolveu “Métrica”.

O livro em si tem potencial para ser ótimo. O enredo principal, envolvendo aluna e professor, é bem conhecido tanto no mundo literário quanto em filmes e séries. No entanto, a forma como a autora aborda isso foi péssima. Logo nas primeiras páginas, quando percebi o tema, criei uma expectativa, lembrando de Aria e Ezra de “Pretty Little Liars”, e foi aí que a decepção começou.

Meu grande problema é como tudo acontece rapidamente, sem detalhes relevantes. Os personagens se conhecem e se apaixonam em dois dias, e em cinco dias parecem ter um relacionamento sólido de cinco anos, o que é perturbador. Não consigo ler isso como algo normal ou ficção.

Layken não me conquistou; é uma personagem chata e mesquinha. Will se faz de vítima, é indeciso e adora dar lições de moral, o que é patético.

Além disso, o que mais me incomoda é o tratamento descuidado e desrespeitoso à doença da mãe da personagem principal. É um tema delicado que pode ser gatilho para muitos leitores, e tenho a impressão de que a autora quis tratar isso de forma cômica em um livro que já estava perdido.

Além de “Métrica”, a trilogia conta com “Pausa” e “essa garota” que certamente vou esquecer que existem. Não me odeio tanto ao ponto de forçar a leitura de uma continuação que não funcionou para mim em vários aspectos. Sem dúvidas, se me perguntarem uma indicação de Colleen Hoover, este livro não estará nem perto da minha lista.