Resenha: Vivendo nas entrelinhas

“Em um mundo que insiste em moldar as pessoas à sua maneira, é preciso coragem o suficiente para firmar os pés no chão e permanecer sendo quem você é.” Pag 100

Heloísa está vivendo uma vida aparentemente bem-sucedida, com um casamento estável, um emprego novo e amigos, mas ela sente que algo não está certo. Ela deseja ter mais tempo para si mesma e reencontrar suas paixões, especialmente a leitura.

Ao descobrir um clube do livro, Heloísa embarca em uma jornada de autodescoberta através da literatura. Ela percebe que não está satisfeita com alguns aspectos de seu relacionamento com Guto e decide buscar respostas para suas inquietações. Com a ajuda de novas e antigas conexões, Heloísa se prepara para enfrentar os desafios que podem surgir ao buscar sua própria felicidade e realização pessoal.

Comprei o livro em uma promoção sem saber nada sobre ele. As histórias e todos os elementos presentes nele eram desconhecidos para mim. A única coisa que sabia era que a leitura seria nacional.

Como o livro é bem curtinho, optei por fazê-lo como a última leitura do mês. Achei o livro muito bem escrito; a história em si é muito real e verdadeira. É como se estivéssemos ouvindo a história de vida de uma colega de trabalho e toda a sua jornada para chegar onde está agora. O toque real muitas vezes causa um choque; por diversas vezes, parei a leitura e pensei que aquilo se faz presente na vida de muitas mulheres, o que é um pouco assustador.

O ponto mais interessante do livro é a mudança de perspectiva de Heloísa em relação à sua vida como um todo. Aquilo que você fica o livro todo pensando: será que estou pegando a referência certa? Também chega aos olhos da personagem. O que não é nada fácil, já que ela começa a enxergar os cuidados e atitudes do marido como algo suspeito. O retrato de Guto, para mim, é infelizmente algo muito recorrente no mundo real. Repugnante: um cara babaca que, após o casamento, acaba virando um homem possessivo, impedindo a esposa de ter amigos e interagir com sua própria família de uma forma tão sutil que parece até normal.

No geral, para mim o livro é perfeito: é real, tem muito sentimento e traz uma história que pode estar em qualquer lugar e acontecendo a todo momento à sua volta, com a possibilidade de realmente fazer a diferença e mudar a concepção das pessoas ao seu redor. É uma esperança brilhante. Contudo, não gostei do final. Achei que o fim da personagem foi muito chocho e sem emoção. Na minha cabeça, ela merecia um final de novela, algo como um conto de fadas, mas a vida real nunca é assim. Seguindo essa linha de raciocínio, o final foi então satisfatório para o livro como um todo.